O QUE É A PILHA DE
VOLTA?
A pilha de Volta, foi a primeira
pilha elétrica. Uma pilha é um
dispositivo que transforma energia química em energia elétrica, ou seja,
reações entre metais distintos que transferem eletrões um para o outro, gerando
um fluxo de corrente elétrica que pode ser aproveitada. A pilha de Volta era
formada por discos de zinco e de prata intercalados e conectados por um fio
condutor e de um disco humedecido numa solução de ácido sulfúrico.
COMO
É CONSTITUÍDA A PILHA DE VOLTA?
A pilha
de Volta, também conhecida como pilha
voltaica, é
formada por discos intercalados de dois metais diferentes. São colocados repetidamente e alternados, um
disco de prata, um disco
de zinco e um
disco de papelão embebido numa solução de ácido sulfúrico até
formar uma coluna alta; por último, as extremidades da pilha são ligadas com um
fio condutor externo.
Assim, o dispositivo
recebeu esse nome porque realmente era uma “pilha”, isto é, discos empilhados
formando uma coluna.
Volta chamou aos
discos de metal condutores secos ou de primeira classe, enquanto o
embebido na solução foi denominado de condutor húmido ou de
segunda classe.
COMO FUNCIONA A PILHA DE VOLTA?
A pilha de Volta é
constituída por uma solução de ácido sulfúrico em água, na qual é mergulhado um
elétrodo de cobre e um de zinco. Se ligarmos o cobre ao zinco por um condutor C,
passará corrente elétrica nesse condutor, dirigida do cobre para o zinco, o que
indica que há uma diferença de potencial entre eles. A solução com os dois elétrodos
constitui então um gerador. Os dois elétrodos são chamados polos, ou terminais
do gerador. Chama-se polo positivo àquele por onde a corrente sai, e polo
negativo àquele por onde a corrente entra. Então, na pilha de Volta, o cobre é
o polo positivo, e o zinco, o negativo.
O QUE ACONTECE DENTRO DA PILHA?
Muitos metais, quando colocados dentro de água, soltam iões seus na
água. Assim, o zinco liberta, na solução de ácido sulfúrico, iões positivos (Zn++). Os dois
eletrões que com esse ião formavam um átomo (neutro) são retidos no elétrodo de
zinco. Em redor desse elétrodo ficam então muitos iões positivos de zinco, e o
elétrodo fica com um excesso de eletrões.
A libertação de iões
de zinco não continua indefinidamente, porque a carga positiva dos iões que
contornam esse elétrodo atinge valor tal que impede a libertação de novos iões;
isto é, qualquer novo ião solto na solução é repelido pela carga positiva e
volta ao zinco, unindo-se aí a dois eletrões e formando novamente um átomo de
zinco (neutro).
O zinco fica então
com carga negativa, devida aos eletrões, e a solução fica com carga positiva,
devida aos iões. A consequência é que o zinco fica com um potencial mais baixo
que a solução.
Com a lâmina de cobre
acontece o mesmo. Ela também solta na solução iões positivos e retém eletrões. Então,
o cobre também fica com potencial mais baixo que a solução.
Mas, os metais não têm
todos a mesma facilidade para soltar iões. O cobre solta menos iões que o zinco
e, portanto, retém menos eletrões que o zinco. A consequência é que o cobre
fica com potencial mais alto que o zinco, embora ambos tenham potencial mais
baixo que a solução.
A diferença de
potencial entre o cobre e o zinco aparece então porque esses dois metais não têm
a mesma facilidade para libertar iões na solução.
Poderíamos levantar a
seguinte dúvida: se o zinco vai cedendo eletrões ao cobre, através do condutor C,
depois de algum tempo o zinco e o cobre ficarão com igual número de eletrões, e
portanto, com o mesmo potencial, e a pilha deixará de funcionar. Será o ácido
sulfúrico a impedir que isso aconteça.
As moléculas de ácido
sulfúrico dissociam-se em iões de hidrogénio e SO-4.
O ião SO-4 dirige-se para o zinco e reage com ele, formando-se sulfato de zinco.
Nessa reação libertam-se
dois eletrões que o zinco manda depois para o condutor C. Essa reação química é
a fonte de eletrões para o zinco, isto é, é a origem dos eletrões que a pilha
fornece para constituírem a corrente elétrica no circuito externo.
O ião de
hidrogénio, H+, dirige-se para o
cobre onde recebe um eletrão e se transforma num átomo de hidrogénio (neutro).
Os átomos de
hidrogénio unem-se dois a dois formando moléculas de hidrogénio, que se
desprendem junto ao cobre.
Em resumo: a reação
química fornece eletrões ao zinco; este cede-os ao condutor C, que os conduz
até ao cobre; o cobre recebe eletrões e cede-os aos iões de hidrogénio.
Agora podemos
compreender claramente o que significa a expressão: “a pilha transforma energia
química em energia elétrica”.
Significa que a
reação química liberta dois eletrões,
isto é, liberta carga elétrica.
Com o funcionamento
da pilha, a reação continua, e o zinco
vai sendo consumido, e transformado em sulfato de zinco.
Podemos então, dizer
que a energia elétrica fornecida pela pilha provém da energia química do consumo
do zinco. Depois de algum tempo de uso, o zinco desaparece. Para restaurar a
pilha precisamos de usar uma nova lâmina de zinco.
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